Novas ETEs vão contribuir para recuperação ambiental das praias nas baías Norte e Sul
ETE Insular, em fase de ampliação e modernização. Foto: Acervo CASAN.
A CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) executa obras importantes em duas Estações de Tratamento de Esgoto em Florianópolis, que vão beneficiar diretamente na recuperação das praias nas baías Norte e Sul. São: a ETE Insular, que passa por ampliação e modernização, e a nova ETE João Paulo, cuja inauguração está prevista para dezembro deste ano.
Praias da Baía Sul
Na Baía Sul, na cabeceira da ponte Pedro Ivo, que abrange as praias de Rita Maria, Beira Mar, Prainha, José Mendes, Curtume, Ferrujo, Saco dos Limões e Costeira do Pirajubaé, está em estágio avançado a obra de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Insular. Com dois terços da obra já concluídos, a ETE vai triplicar a capacidade de tratamento atual, atingindo 612 litros por segundo de vazão máxima. Após a expansão e a instalação de 52 km de novas redes, além dos atuais bairros já atendidos (região central da Ilha, parte da bacia do Itacorubi e o Bairro Costeira do Pirajubaé), também serão beneficiados gradualmente, os bairros Itacorubi, Parque São Jorge, Jardim Anchieta, Córrego Grande e Pantanal.
A ampliação da ETE Insular vai promover uma modernização do sistema de tratamento, com destaque para duas tecnologias. A primeira é o chamado Reator de Biofilme de Leito Móvel ou MBBR (sigla em inglês Moving Bed Biofilm Reactor), que consiste no uso de anéis de plástico para aumentar a área de adesão de microorganismos no Tanque de Aeração. Com isso, a decomposição de matéria orgânica e compostos nitrogenados será acelerada. A segunda é a do chamado Tratamento Terciário, já adotada em outras Estações da Companhia como a ETE Ingleses. Trata-se de uma tecnologia avançada voltada para a depuração de produtos poluentes, como fósforo e nitrogênio amoniacal, assim como bactérias, vírus e outros microrganismos. O resultado final será um efluente com 98% de pureza.
As obras do Sistema de Esgotamento Sanitário Insular têm investimento de R$ 194 milhões, com recursos já garantidos junto à Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
ETE João Paulo, em obras. Foto: Acervo CASAN.
Praias da Baía Norte
Em relação a Baía Norte, que compreende as praias do Rola, Sambaqui, Santo Antônio de Lisboa, Cacupé, Saco Grande, Pedra Grande, Sinfronio, Posto do Sambaqui, Praia Comprida, Cacupé Pequeno, Ilha dos Guarás, Ponta do Lessa, Ponta do Recife, São Luiz, Praia de Fora, Muller e Arataca, a Companhia segue com a obra da ETE João Paulo, com previsão de entrega para dezembro de 2024.
Cerca de 25 mil habitantes serão contemplados nos bairros: João Paulo, Monte Verde, Saco Grande, Cacupé, Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui, gerando 84,5 litros tratados por segundo. Orçada em R$ 123 milhões, garantidos junto à Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a nova Estação vai na direção do compromisso assumido no Pacto Pelo Saneamento com a Prefeitura da Capital, e atingir 75% de cobertura de esgotamento sanitário até 2025.
URA Beira-Mar Norte
Ainda em relação às praias da Baía Norte, a Companhia segue com a operação da URA (Unidade de Recuperação Ambiental) da Beira-Mar Norte. Lançada em março de 2019, com o custo de R$ 18 milhões, trata-se de uma Unidade para complementar o sistema de esgoto existente na região central, tratando a carga residual de esgotos que persiste nas galerias de drenagem e que chega ao mar. O equipamento tem uma capacidade de tratar água da rede pluvial e o esgoto clandestino em até 150 litros por segundo, que chega a 13 milhões de litros por dia.
A meta é a recuperação ambiental de três quilômetros e meio de praia, da Ponte Hercílio Luiz à Ponta do Coral. Desde que entrou em operação, a URA tem apresentado resultados significativos na orla. Se ainda não foi possível contribuir para balneabilidade das praias, tendo em vista que existem 22 galerias que drenam águas pluviais de ligações irregulares das edificações e das próprias redes para o mar, pelo menos já se impediu o lançamento de cerca de 10 bilhões de litros de esgoto sem tratamento na Beira-Mar. A CASAN contabiliza uma redução de 43% na média de coliformes fecais na Beira-Mar em relação ao período de 2016 a 2018. Já são mais de 13 bilhões de litros de esgoto tratado, equivalente a 5.364 piscinas, e retenção de 1.500 toneladas de resíduos sólidos, equivalente a 200 caminhões de lixo que deixaram de ser despejados na Baía Norte.
Ligações Clandestinas
Muitos são os esforços do Governo do Estado por meio da CASAN, para a expansão do esgotamento sanitário em Florianópolis, assim como em todo Estado. Porém, é igualmente necessário o compromisso do cidadão, para que façam corretamente a ligação de seus imóveis (casas, restaurantes, hotéis, etc) na rede coletora de esgoto, tão logo forem autorizadas.
“A ligação irregular de esgoto nas redes de drenagem, ou ao contrário, causam sobrecarga na rede e provocam o extrasamento, agravando os problemas ambientais e de saúde na região das praias, com o envio de matéria orgânica para as baías”, explica o diretor de Operação e Expansão da CASAN, Pedro Joel Horstmann. O diretor destaca, “nos locais que ainda não possuem sistema de esgoto, os imóveis precisam fazer uso de fossas sépticas, que exigem uma série de cuidados, manutenção e adequação para coleta e tratamento do esgoto”.
Diariamente, são feitas vistorias e inspeções dos programas Floripa Se Liga na Rede, Inspeção Ambiental e Trato pela Costa Norte para coibir as ligações inadequadas.