Estudo demonstra melhoria ambiental do entorno da Barragem do Rio São Bento

O registro de 378 espécies de fauna silvestre terrestre e aquática, sendo mais de 50 bioindicadoras de qualidade ambiental, e a regeneração da vegetação no entorno do reservatório estão entre os principais resultados de um estudo desenvolvido na Barragem do Rio São Bento, localizada em Siderópolis, no Sul do Estado.
A pesquisa integra o Programa de Monitoramento Ambiental desenvolvido pela CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), responsável pelo local onde é captada água para o Sistema Integrado que garante o abastecimento de Criciúma, Siderópolis, Nova Veneza, Forquilhinha, Maracajá, Morro da Fumaça e Içara.

“O programa é uma condicionante da Licença Ambiental de Operação e também um importante instrumento para conhecer a dinâmica dessa localidade, para aprimorar os instrumentos de gestão dos recursos hídricos e garantir o abastecimento de sete municípios da Região Metropolitana de Criciúma”, destaca a gerente de meio ambiente da CASAN, Andreia Senna Soares Trennepohl.
Localizada em área de Mata Atlântica, um dos biomas de maior diversidade no mundo, a barragem é protegida pela Reserva Biológica Estadual do Aguaí (REBIO Aguaí). De acordo com o monitoramento, a unidade de conservação garante uma constante melhoria na qualidade ambiental, com consequências diretas também para a melhoria na qualidade da água da barragem do Rio São Bento.
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Entre as espécies bioindicadoras observadas, e que demonstram a qualidade ambiental, pois são aquelas mais sensíveis a alterações, estão felinos de grande porte como o Puma, o Veado-de-mão-curta, Lontras e anfíbios raros como a Perereca-marsupial e a Perereca-de-vidro. Em relação à fauna aquática, a pesquisa registra a presença de espécies como os lagostins de água doce. O levantamento da fauna de peixes foi classificado como o mais completo, indicando presença de espécies de jundiás, lambaris, barrigudinhos e o Barrigudinho Listrado, registrado pela primeira vez na região a partir desse estudo.
“A constante melhoria na qualidade ambiental é reforçada pela presença dessas espécies bioindicadoras. Quando um ambiente sofre impacto, levantar a presença ou ausência destas espécies é a forma mais eficaz de avaliar a saúde desse ambiente. No início, a barragem trazia uma lista de oito espécies bioindicadoras e neste estudo, após 22 anos de regeneração, nossa lista subiu para 53 espécies, demonstrando que o ambiente está se restabelecendo”, explica a bióloga Daniéla Gonçalves, da Nila Engenharia e Projetos Ambientais, empresa que trabalha para a CASAN no Programa de Monitoramento.

Imagens: acervo CASAN e Sérgio Moreira