[19/07/2021 11:10]
Estação da Lagoa da Conceição terá Tratamento Terciário ainda em 2021
Com base nos estudos da consultoria do professor Sidney Seckler, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade de São Paulo, e com aprovaçãoda Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM), a CASAN já está executando melhorias do sistema da Estação de Tratamento de Esgotos da Lagoa da Conceição.
O modelo secundário, adotado nos anos 80, receberá agora um processo que remove os nutrientes fósforo e nitrogênio, além da carga orgânica. Chamado de Tratamento Terciário, o novo sistema vai melhorar ainda mais a qualidade do efluente tratado que tem a Lagoa de Evapoinfiltração como destino final.
A autorização para a melhoria do sistema foi emitida pela FLORAM após avaliar o Plano de Recuperação Ambiental apresentado pela Companhia devido ao deslizamento dos taludes de areia que envolviam a lagoa artificial. A solicitação da CASAN foi reforçada pelos estudos do professor Seckler, considerado um dos especialistas do país em sistemas de esgotamento sanitário.
Em três etapas
A obra, que está em execução mesmo com a Estação de Tratamento em carga, compreende três etapas. A primeira é a melhoria no sistema de aeração da ETE, que contará com um novo conjunto de aeradores para promover a Nitrificação − que é a conversão do nitrogênio normalmente presente em forma de amônia para a forma de nitrato.
Para a remoção de fósforo, está sendo implantado o processo conhecido como Precipitação Química. Na etapa de decantação – que é a separação da fase sólida (lodo) da líquida (efluente tratado) – será inserido um agente coagulante para aderir às moléculas de fósforo normalmente dissolvidas no esgoto, fazendo com que o nutriente se precipite e entre em fase sólida, o que proporciona a remoção.
“A expectativa é de que se tenha uma elevada remoção de fósforo na ETE Lagoa, como tem ocorrido nas novas estações colocadas em operação pela Companhia, especialmente no Litoral”, explica o engenheiro químico Alexandre Trevisan, da Gerência de Políticas Operacionais da Companhia.
A terceira etapa, também já em andamento, é a alteração na linha de desaguamento e descarte da ETE com o objetivo de facilitar a retirada do lodo originado no processo de tratamento.
Obras em execução
A capacidade da ETE será mantida nos atuais 50 litros por segundo. A média tratada na unidade, atualmente, gira em torno de 35 L/s, havendo, portanto, uma ociosidade. “A ETE tem uma excelente remoção de matéria orgânica, mas não foi projetada para remover nutrientes que podem contribuir para o processo de eutrofização, dependendo do ambiente onde o efluente é lançado”, explica o engenheiro sanitarista Felipe Trennepohl. Eutrofização é o desenvolvimento excessivo de algas que, quando presentes, podem reduzir os níveis de oxigênio dissolvido na água.
A estrutura física para receber a adequação do processo de tratamento já está em andamento na Estação de Tratamento localizada próxima à lagoa artificial. Equipamentos aeradores, bombas dosadoras e reservatórios estão sendo adquiridos pela Companhia e serão implantados nos próximos meses. “Até o final do ano a ETE estará operando com mais qualidade e eficiência”, prevê o Diretor de Operação e Expansão, Joel Horstmann.
Fotos: Acervo CASAN