Esclarecimentos sobre o Sistema de Esgotamento Sanitário da Barra da Lagoa
Esclarecimentos sobre o Sistema de Esgotamento Sanitário da Barra da Lagoa
O objetivo é tornar mais claro ao público o funcionamento desta Estação, os processos rigorosos de controle de qualidade do efluente e de sua destinação final, o campo de aspersão existente na região.
A Companhia reforça também que as valas de drenagem abertas no Parque do Rio Vermelho para escoar águas das chuvas não são ações de suas equipes, e observa que, segundo os técnicos, a topografia da região impede contato do efluente com a Lagoa.
Acompanhe a seguir as informações, com mapas e fotos:
A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) da Barra da Lagoa está localizada no Parque Estadual do Rio Vermelho, às margens da SC-406, a 1,5 quilômetro da Lagoa da Conceição, na região conhecida como Portinho da Lagoa (imagem abaixo).
O Sistema de Esgotamento Sanitário da Barra da Lagoa entrou em operação em 2008, e atende aproximadamente 6.900 pessoas, com uma vazão média de 18 L/s, bem inferior à sua capacidade, que é de 63 L/s.
A ETE possui nível de tratamento secundário e tem como destino final dos efluentes tratados um Canteiro de Aspersão, situado ao lado da ETE e da via de acesso ao Portinho da Lagoa, local utilizado para travessia até a Costa da Lagoa.
O efluente tratado é lançado através de aspersores no canteiro e, nesse processo, parte do efluente evapora, parte é assimilada pela vegetação de entorno e a maior parte se infiltra no solo.
LICENÇA AMBIENTAL
Como parte do Sistema de Esgotamento Sanitário da Lagoa da Conceição, a Estação de Tratamento opera sob a Licença nº 4193 emitida em 15 de junho 2016 pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), que avalia a sua renovação.
A fim de ampliar a área para disposição final do efluente da ETE e possibilitar o descanso do solo do atual Canteiro de Aspersão, que vem recebendo o efluente há mais de 10 anos, a CASAN elaborou um projeto e protocolou pedido para a instalação de um novo Canteiro de Aspersão nas proximidades do existente.
A ETE da Barra da Lagoa opera atualmente abaixo da sua capacidade instalada e com elevada eficiência de tratamento, acima de 96%. O efluente final é bem clarificado e com qualidade acima do estabelecido pela Legislação Ambiental (como mostram as imagens abaixo).
Para avaliação do possível impacto do efluente tratado nas águas subterrâneas da região, a CASAN realiza em quatro (04) pontos, bimestralmente, o monitoramento da qualidade dessas águas, através do equipamento chamado de Piezômetro. Semestralmente, esses dados são disponibilizados ao IMA.
Nesse início de 2021, devido ao excesso de chuvas que vem sendo registradas na Grande Florianópolis, muitos alagamentos têm se observado por toda a região, especialmente na Capital. Um destes locais, onde o alagamento é recorrente, trata-se de uma determinada região do Parque do Rio Vermelho que apresenta depressão natural no terreno.
Para evitar que tal alagamento comprometa a única via de acesso ao Portinho da Lagoa, foi realizada a manutenção de uma vala de drenagem existente na região, abrindo com máquinas um canal ao lado da estrada, com o objetivo de direcionar a água acumulada à Lagoa da Conceição (imagens abaixo). Não foi a CASAN que abriu esta vala.
Ocorre que, devido a essa região alagada estar situada em meio a uma área de reflorestamento de pinus, a água da chuva acumulada também teve seu aspecto natural alterado pelo contato com o solo carregado da resina produzida pela vegetação. Tal situação é tão antiga que esse fenômeno, diante do aspecto avermelhado que as águas interiores do parque sempre apresentaram, originou o nome do “Parque do Rio Vermelho”.
O excesso de chuvas saturou o solo de toda a região, espalhando alagamentos no Parque, inclusive na região do Canteiro de Aspersão. Porém, devido à topografia do relevo natural, bem como a distância entre a região onde está instalada a Estação de Tratamento e a área alagada, não é possível o escoamento da água dos Canteiros de Aspersão da CASAN até a área que está em análise, fato esse também constatado por técnicos do IMA em visita ao local no dia 3 de março de 2021.
Portanto, além da visível diferença no aspecto das águas, e devido às barreiras físicas impostas pela topografia da região, o corpo técnico da Companhia esclarece que não há relação nem influência do efluente tratado na ETE Barra da Lagoa na água de coloração avermelhada drenada em direção à Lagoa da Conceição, diferentemente do que tem sido divulgado por vídeos de populares que, sem comprovação alguma, tentam atribuir responsabilidade à Companhia, buscando um nexo com a morte de peixes.
É importante destacar que a via utilizada para acesso ao Terminal de Embarque da Costa da Lagoa passa ao lado do Canteiro de Aspersão, onde o aspecto das águas na vala artificial pode gerar uma falsa impressão do tratamento realizado na ETE Barra da Lagoa.
Para melhor apuração da situação e clareza do cenário, a CASAN intensificou o monitoramento nas suas instalações desde 17 de fevereiro, quando surgiram os primeiros vídeos de moradores sobre o assunto, e tem colaborado com os órgãos de fiscalização que estão apurando a situação.
Por fim, também é importante ressaltar que a causa da mortandade de peixes observada na região do Saquinho não foi ainda identificada pelos órgãos competentes, e, portanto, trata-se de mera suposição relacionar a drenagem das águas avermelhadas ou mesmo os efluentes tratados com o fato ocorrido.