Epagri e Casan se unem para “cultivar água” na bacia do rio Piçarras

Sabia que é possível cultivar água? A CASAN sabe. E, se é para cultivar, ninguém melhor do que a Epagri para ajudar. As duas instituições se uniram no Projeto Cultivando Água, que vem sendo desenvolvido na bacia do rio Piçarras, localizada entre os municípios de Balneário Piçarras e Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina.

 

Nascentes e cursos de água ocupam 13,86% da bacia do Rio Piçarras (Foto: Divulgação/Epagri)

“O objetivo é implementar pagamento de serviços ambientais, de modo que a CASAN passe a remunerar proprietários rurais da região pela preservação e recuperação de áreas naturais no entorno de nascentes, bem como pela reserva de água em açudes e quadras de arroz”, explica Guilherme Miranda, hidrólogo e pesquisador da Epagri/Ciram. O projeto já foi apresentado a produtores rurais e nas duas Câmaras de Vereadores dos municípios envolvidos.

Na Epagri, o projeto mobiliza profissionais da extensão que atuam na região e pesquisadores do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram). Os trabalhos iniciaram no final de 2021 e estão na etapa de estabelecimento de priorização de área, ações, custos e critérios para a implantação de medidas de recuperação e conservação ambiental e das boas práticas agrícolas do território estudado.

Levantamento de investimentos

“Agora vamos levantar quanto a CASAN vai precisar investir para pagar pelos serviços ambientais na região”, resume Guilherme. A participação da Epagri encerra em março, com a definição do plano de implementação das ações. A partir daí a CASAN realiza as fases finais do projeto, que compreendem implementação das ações de campo, instalação de equipamentos e acompanhamento de indicadores e avaliação dos resultados.

Desde o início do ano os técnicos da Epagri vêm atuando em diferentes áreas, entre elas, caracterização hidrográfica, climática, de solos, da vegetação e do uso e ocupação do solo. Também coube à Epagri fazer a identificação dos produtores rurais. Segundo o Cadastro Ambiental Rural (CAR), os dois municípios compreendidos pela bacia do rio Piçarras possuem 296 propriedades rurais cadastradas, com um total de 5.009,78 hectares, o que representa 84,37% da área em estudo. Banana, maracujá, palmito, arroz, feijão, mandioca e milho são os principais produtos agrícolas da região.

 

Agricultores vão receber para preservar ou recuperar áreas (Foto: Divulgação/Epagri)

A bacia hidrográfica do Rio Piçarras abriga 77 nascentes distribuídas em 57,38 km². Desse total, 7,95 km² estão em área de preservação permanente, o que representa 13,86% da bacia, distribuídos entre nascentes e cursos de água.

Histórico de parcerias

Raphael Ewaldo, chefe de Recursos Hídricos da CASAN, lembra que a Companhia é responsável pelo fornecimento de água a cerca de 2,7 milhões de pessoas e “a preservação ambiental é fundamental para garantir a qualidade e quantidade de água disponível para o abastecimento público”. “A gestão de recursos hídricos é fundamental para a sociedade como um todo”, pondera.

Ele destaca ainda que CASAN e Epagri têm um histórico de parcerias. “Para o Projeto Cultivando Águas se pensou na Epagri, primeiro por sua grande capacidade técnica para a execução do trabalho e segundo por que a Epagri tem uma relação próxima com os produtores rurais, que é o público principal do projeto”, justifica.

Carolinna Cisne, técnica de saneamento da Gerência de Meio Ambiente da CASAN e fiscal do projeto, avalia como “muito positiva” a participação da Epagri até o momento. “É possível verificar uma boa mobilização de produtores rurais interessados no projeto, isto graças à capilaridade da Epagri junto a este público. A expectativa é de que o projeto seja um sucesso e que seja um de muitos que a CASAN promova”, finaliza.

Texto: Assessoria de Imprensa/Epagri