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de Águas e Saneamento

História do Saneamento Básico de Florianópolis

 

O Abastecimento de Água de Florianópolis

No passado o abastecimento de água da Ilha era obtido através do Rio da Bulha (Rio da Avenida Hercílio Luz) e das fontes próximas ao Centro. Entre elas: Fonte de Ramos ou da Carioca (atual Largo Fagundes), Fonte do Largo da Palhoça (atual rua Vidal Ramos) e a Fonte do Campo do Manejo (atual Instituto Estadual de Educação). Diversas carroças - pipas completavam o abastecimento de água vendida a domicílio.

Em 1910, durante o governo Gustavo Richard foi implantado o 1º sistema de abastecimento de água de Florianópolis, projeto e obra dos engenheiros Edward Simmonds e Adriano Saldanha. Com captação no manancial Ana D'Avila em Itacorubi e Córrego da Lagoa a água era transportada sem qualquer tratamento por tubulações de ferro fundido de doze polegadas até o reservatório de 3.000.000 de litros situado no morro do Antão distante 6050 metros da captação.
Em 1922 o sistema foi reforçado com captação das águas do Rio Tavares por uma tubulação de oito polegadas.

Em 1940, os mananciais da ilha já eram insuficientes para atender a população urbana de Florianópolis que atingia a 24.000 habitantes. É examinada a possibilidade de trazer a água para a capital diretamente da Serra de Santo Amaro da Imperatriz da localidade chamada Pilões (Rio Vargem do Braço). A firma (CASA), Companhia Auxiliar de Serviços e Administração, entrega em 1945 o projeto detalhado do sistema de Pilões que constaria de 1.750 metros de canal de alvenaria partindo da cachoeira, filtro de areia e cascalho, casa de partida e 26.940 metros de adutora de ferro fundido com 450 mm de diâmetro e cinco reservatórios. A 1ª adutora de Pilões seria inaugurada em 1946.

Com a expansão da capital e regiões balnearias, o abastecimento total da grande Florianópolis tornou-se um somatório de várias adutoras e diversos sistemas interligados totalizando aproximadamente 2.000 litros por segundo. Além dos pequenos sistemas localizados acrescente-se a vazão de 200l/s do sistema de abastecimento de água da Lagoa do Peri, atendendo toda costa Leste Sul da Ilha.

 

Os Sistemas de Esgotos de Florianópolis

Na antiga capital Desterro, os esgotos corriam a céu aberto pelas sarjetas. Não havia coleta de lixo nem água encanada. A noite os despejos eram realizados por escravos nas praias mais próximas. As poucas fontes de água ficavam poluidas e as doenças proliferavam.

Em 1910 é dada concessão para implantação de uma rede de esgotos na Capital. As obras são iniciadas em 1913 e inauguradas no dia 07 de setembro de 1916. Basicamente constava de um sistema composto por três bacias (do Centro, da Praça São sebastião e da Praça São Luiz) e estação de tratamento próxima ao Forte Santana. Para a demanda de energia foi construida a Usina de Maruim com chegada de força elétrica por cabos submarinos.

O sistema construido pelo Engenheiro Luiz José da Costa, seria gradativamente desativado. A Estação de Depuração Biológica deixa de operar em 1960, sendo os esgotos jogados diretamente nas baías e praias locais. A expansão desordenada e a poluição obrigam a realização de novas obras de saneamento na Capital.

No dia 08 de Janeiro de 1992 é dada a Ordem de Serviço para o início das obras do segundo Sistema de Esgotos de Florianópolis (INSULAR). O Projeto total consta de 200 quilômetros de rede coletora e quatro bacias principais: Baia Norte, região Central, Sul e Prainha, José Mendes e Saco dos Limões, Trindade, Santa Mônica, Córrego Grande e Costeira do Pirajubaé. No dia 03 de Outubro de 1997 é inaugurada a 1ª etapa do novo Sistema de Esgotos com Estação de Tratamento situada na Baia Sul.

 

Os Serviços de Coleta de Lixo de Florianópolis

1830 - A Câmara Municipal aprova lei para que o lixo urbano seja depositado na praia, nos
rios e no mar junto com o esgoto, para evitar que os detritos se acumulem nas ruas.
(casas construídas com fundos voltados para o mar).

1877 - Apresentado um pedido de concessão para um serviço de remoção de lixo águas
servidas e materiais fecais.

1884 - Tem início o primeiro serviço de coleta de lixo e fezes através de direito concedido
a coletoras particulares. O destino final continuou sendo o mar. Transporte feito
através de carroções puxados a burro.

1914 - Construção do incinerador de lixo, na cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz.
A cidade tinha então 14 mil habitantes. Com o tempo a fumaça gerada começou
a incomodar os moradores das redondezas (obras da firma Brando & Cia)
-Prefeito Pereira e Oliveira.

1956 - O lixo começa a ser depositado no "banhado" atrás do morro da cruz, entre o
cemitério São Francisco de Assis e a penitenciária. Bem mais tarde conheceu-se
a importância do manguezal, a cidade cresceu e o lixão voltou a ser um transtorno.

1986 - Abertura de concorrência pública pela prefeitura de Florianópolis para aquisição de
duas usinas de reciclagem e compostagem de lixo. O projeto não prosseguiu, estando
a usina desativada em São José (COMCAP).

2002 - Todo lixo é recolhido sendo enviado para Biguaçú. Antes porem o lixo bruto vai para a estação e transbordo frente ao cemitério de Itacorubi e colocado em
caminhões da empresa Formaco. O lixo hospitalar também é tratado separadamente
pela mesma empresa.

 

Texto e Ilustrações : Átila Alcides Ramos

 

 

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